Relações humanas serão o grande diferencial de um mundo cada vez mais tomado pela inteligência artificial e pela automação
Já era quase fim de tarde quando o médico e especialista em justiça sistêmica, Décio Oliveira, levou ao público do XXX Congresso Estadual dos Notários e Registradores de Minas Gerais e do V Encontro Estadual do CORI-MG uma palestra para debater, sob um ponto de vista prático e comportamental, qual o impacto das novas tecnologias sobre o extrajudicial.
A partir de experiências e relatos pessoais, o painelista expôs a capacidade do ser humano de se adaptar às mudanças ao longo da história. Para ele, a evolução tecnológica só pode vir depois da evolução social, cabendo a cada pessoa fazer sua parte para que ocorra uma mudança de cenário. “Em qualquer organismo funcional, seja uma casa ou uma empresa, só precisa haver uma regra: fazer suas tarefas para cumprir um objetivo. E a pessoa precisa ter a capacidade de fazer aquele serviço para não ser desmotivada”, explicou.
Assim, Décio acredita que mesmo com a incorporação de novas tecnologias, ter as pessoas certas no lugar certo garante uma boa capacidade de execução. Se os objetivos estão alinhados, é mantido o nível de comprometimento e os envolvidos conseguem ter o devido equilíbrio emocional para saber lidar com as mudanças que ocorrem dentro da organização e no mundo.
Por fim, Décio reforçou que não tem jeito, novas tecnologias como a inteligência artificial virão. Mas, como no passado, as relações humanas serão o diferencial que comporá as bases da comunicação. “O conhecimento será rapidamente robotizado, mas o cooperativismo, não. A inteligência artificial ainda não sabe relacionar socialmente. Esse é o nosso maior ativo”, finalizou.