Aniversário de 90 anos do espaço será marcado pela entrega dos primeiros registros aos moradores
Em dezembro de 2019, o CORI-MG firmou uma parceria especial com a Prefeitura de Betim para iniciar o processo de regularização fundiária do bairro Citrolândia. O projeto tinha uma grande importância histórica para a região, pois a área corresponde à antiga Colônia Santa Isabel, na qual pacientes com hanseníase foram internados de forma compulsória de 1931 até meados da década de 1980. E a espera valeu a pena. No dia 5 de dezembro de 2021, os primeiros títulos das propriedades começaram a ser entregues.
O evento, realizado na Praça da Igreja Matriz, faz parte de uma programação especial organizada pela Prefeitura de Betim em celebração dos 90 anos da Colônia. Na oportunidade, foram entregues os primeiros 253 registros dos imóveis – sendo 146 de beneficiários, 99 pertencentes ao município e oito da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig).
Mas todo esse processo começou anos antes. A Lei estadual nº 22.816/2017 autorizou a Fhemig a fazer a doação da área de aproximadamente 3,4 milhões de metros quadrados ao município de Betim, incluindo matas ciliares e espaços públicos. A parceria firmada com o CORI-MG e com o Registro de Imóveis de Betim garantiu um apoio técnico desde o início do processo, fornecendo todo o apoio necessário para a correta regularização das propriedades.
João Paulo Machado, oficial substituto do Registro de Imóveis de Betim, destaca que a ação é uma regularização de grande porte e envolve milhares de pessoas. “É um trabalho de sensibilidade social, pela história da Colônia, para uma população que já passou por tanto. É um ato de humanizar essas pessoas”, disse. Com a regularização, os moradores enfim terão o título de suas propriedades e poderão ingressar mais facilmente no mercado de crédito. Além disso, estar uma região regularizada incentiva a instalação de empresas e a melhoria da infraestrutura básica.
O oficial do Registro de Imóveis de Betim, Vander Zambeli, também destaca a importância das entregas para conferir dignidade aos moradores. “Não é só registrar, é integrar uma comunidade à sociedade”, diz. Ao todo, 3.200 famílias – cerca de 10 mil pessoas – serão beneficiadas. A expectativa é que sejam entregues cerca de 300 títulos por mês.