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24/02/2023

Oportunidades para construir novos caminhos

Projeto apoiado pelo CORI-MG forma primeira turma de mulheres assistidas pela Defensoria Pública

Fotos: Claudinei Souza/DPMG

Estender a mão, acreditar na pluralidade de existências e trilhar novos caminhos. Essas são as premissas do Projeto Oportunidades – inciativa da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) em parceria com o Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais (CORI-MG) e com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac Minas) e da Cooperativa de Crédito Sicoob CoopJus –, que formou a primeira turma de mulheres assistidas pela Defensoria no dia 3 de fevereiro. 

A cerimônia foi realizada no auditório da Unidade I em Belo Horizonte, no Barro Preto, e transmitida no YouTube pelo canal da DPMG. Ao todo, 90 mulheres receberam o diploma de cursos de capacitação profissional, oferecidos em sete modalidades: bolos e delícias, costura, escovista iniciante, massagem relaxante, maquiagem, designer de sobrancelhas e salgados. 

O governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), participou virtualmente do evento e destacou a importância do projeto. “Iniciativas como essa contribuem muito para que essas mulheres consigam a tão sonhada emancipação financeira e rompam com o ciclo da violência. Quero aqui deixar os meus parabéns ao CORI-MG e à DPMG pela iniciativa desse projeto tão importante e que leva tanta dignidade a quem mais precisa”, destacou. 

Além do chefe do Executivo estadual, a cerimônia foi prestigiada por representantes do Ministério Público de Minas Gerais, da Subsecretaria de Estado do Trabalho e Emprego, da Assembleia Legislativa de Minas, da Câmara Municipal de Belo Horizonte, do Sindicato da Indústria da Construção Civil, da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), do diretor de projetos sociais do CORI-MG, Vander Zambeli – representado por João Paulo Machado -, e pela presidente do Colégio, Ana Cristina de Souza Maia.

Fotos: Claudinei Souza/DPMG

Na oportunidade, a presidente destacou a presença feminina no evento. “Essa é a primeira mesa que eu participo na minha vida e que é composta por mais mulheres do que homens. Espero que, em um futuro breve, tenhamos aqui pessoas de todas as identidades”, relatou Ana. Na sequência, revelou em primeira mão que o CORI-MG promoverá um curso para que pessoas assistidas pela DPMG possam atuar profissionalmente nos cartórios. 

Responsável pela participação do CORI-MG na iniciativa, o diretor Vander Zambeli mostrou-se privilegiado em poder contribuir para a realização do projeto. “É uma via de mão dupla. Realizamos os sonhos das participantes e, ao mesmo tempo, daqueles que têm condições de criar essas oportunidades. Na qualidade de oficial de Registro de Imóveis, acredito que podemos incentivar outros colegas no mesmo sentido, mostrando que os cartórios integram a sociedade e se preocupam com aqueles que, muitas vezes, estão à sua margem”, relatou.

Oportunidades transformam histórias

Idealizadora do projeto, a defensora pública Juliana de Carvalho Bastone falou sobre a origem da iniciativa. “O Projeto Oportunidade surgiu da união de duas grandes paixões pessoais: a Defensoria Pública e a docência. A Defensoria Pública, por ser um grande instrumento de inclusão social do sistema de Justiça. A educação como o mais democrático de todos os caminhos para transformação social. Proporcionar educação e qualificação profissional de qualidade é um ato de respeito, é dar potência ao ser humano”, disse. 

Fotos: Claudinei Souza/DPMG

Maria Aparecida, Cláudia, Jordânia, Vih, Edilene, Larissa e Flávia são apenas algumas das 90 mulheres que formaram a primeira turma do Projeto Oportunidades. Elas buscaram ajuda junto à DPMG após viverem situações que as colocavam em vulnerabilidade social, seja pela violência doméstica por parte de seus companheiros, seja pela retificação do nome – no caso de mulheres trans. Além de solucionar o problema jurídico, era preciso fazer mais: possibilitar que elas ocupassem novos espaços e, assim, pudessem conquistar a independência e trilhar novos caminhos. 

Nicoly Campos de Oliveira, mulher trans, concluiu o curso de designer de sobrancelhas e foi a oradora da turma. Durante sua fala, lembrou a todos que, depois de meses de plantio, os primeiros resultados da iniciativa estão sendo colhidos. “Frutos que surgiram a partir da vontade de fazer, de transformar, se transformar, reconstruir, recomeçar. Foi assim que cidadãs comuns, assistidas pela Defensoria Pública, enxergaram na oportunidade um renascimento das habilidades, dos talentos, do desejo de crescer e ir além”, relatou.