Olhar para a história do sistema extrajudicial brasileiro marca cerimônia oficial de abertura
Olhar para o futuro sem esquecer do lugar de onde partimos. Esse foi o tom do primeiro dia do XXX Congresso Estadual dos Notários e Registradores de Minas Gerais e do V Encontro Estadual do CORI-MG, realizado na Faculdade de Direito da UFMG, em Belo Horizonte. Ao anoitecer, a cerimônia de abertura contou com a participação de autoridades e com a entrega da medalha Nicolau Balbino Filho.
A presidente do Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais (CORI-MG), Ana Cristina Maia, lembrou a primeira vez em que esteve na Faculdade de Direito da UFMG, em 1992, quando ainda era estudante. Em seguida, destacou a segunda visita ao local, em 1999, no primeiro congresso da Serjus-Anoreg/MG, já como registradora de imóveis.
Fazendo um paralelo entre passado e futuro, a titular do Registro de Imóveis de Mariana recordou porque estava ali naquele momento. “Estamos vivendo um momento novo, o da revolução tecnológica. Não podemos fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo, sob pena de não existirmos. Teremos que nos reinventar”, pontuou.
Fazendo uma analogia com o painel de Jarbas Juarez, de 1997, que conta a história de Minas Gerais e está exposto no auditório da Faculdade, Ana Maia questionou qual pintura o extrajudicial poderia fazer de sua atividade. “A gente fez um pouco disso aqui hoje. Começamos com o Lamana, contando a história do Registro do Vigário e da Lei de Terras, tivemos a Michely falando da usucapião extrajudicial e dos dados de inteligência artificial, depois o Fernando com as novas propostas para o ONR, que é para ser a entidade que vai nos conduzir a esse mundo do registro eletrônico. Então, hoje, pintamos um quadro em nossas cabeças”, refletiu.
O presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de Minas Gerais (Serjus/Anoreg-MG), Ari Álvares Pires Neto, deu sequência destacando a importância da Faculdade de Direito para a formação de grandes nomes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do país. Ele ainda se emocionou ao relembrar que foi aluno da Faculdade, onde seu pai foi diretor por muitos anos.
“Fizemos aqui o primeiro congresso da Serjus e, esse ano, quis refazer esse caminho. Essa é uma casa de todos, independente de terem estudado aqui ou não, que recebe a todos de braços abertos. Estamos comemorando 20 anos da primeira turma que ingressou nas serventias mineiras por meio de concurso público, celebrando 180 anos do Registro de Imóveis e 50 anos da Lei de Registros Públicos”, finalizou.
Também compuseram a mesa de abertura o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antonio Anastasia; o corregedor-Geral de Justiça de Minas Gerais, desembargador Luiz Carlos Correa Junior; o deputado estadual Roberto Andrade; o desembargador Marcelo Guimarães Rodrigues; a deputada federal Luiza Canziani; o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil, Rogério Portugal Bacellar; e o diretor da Faculdade de Direito da UFMG, professor Hermes Vilchez Guerrero.
Medalha Nicolau Balbino Filho
Durante a cerimônia, Ari Álvares Pires e Ana Cristina Maia realizaram a entrega da Medalha de Mérito Nicolau Balbino Filho. A comenda destaca a atuação de profissionais que contribuíram para o desenvolvimento, o aprimoramento e a consolidação dos serviços extrajudiciais no estado e no país.
Este ano, receberam a homenagem:
- Antonio Anastasia, ministro do TCU;
- Giselle Dias Rodrigues Oliveira de Barros, presidente do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF) – entregue ao vice-presidente da entidade, Eduardo Calais;
- Fernando Nascimento, oficial do 1º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte;
- Desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, presidente do TJMG.