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16/07/2019

[Artigo] A convivência das novas tecnologias com o futuro do trabalho

Por Joelson Sell

Não é mais novidade que a contratação de uma força de trabalho em regime de Pessoa Jurídica (PJ) tem aumentado a cada ano, assim como tem crescido o número de empresas que permitem que o funcionário trabalhe pelo menos em algum dia da semana no esquema home-office, o que culmina em redução de custos e maior flexibilidade de horários.
 
A estimativa de que nos próximos 20 anos a força de trabalho terá passado pela sua maior transformação em um curto espaço de tempo, seguindo a rapidez da nossa realidade, o avanço tecnológico e o acesso mais rápido à informação. A tecnologia de hoje, ao contrário do que muitos pregam, veio para ser nossa aliada e não para eliminar postos de trabalho. No entanto, é importante ressaltar que as oportunidades virão para os que compreenderam a mudança de cenário.
 
Hoje é comum verificarmos a existência de vagas de emprego que priorizam conhecimento aprofundado e experiência de assuntos específicos em vez de um alto grau de formação. Um estudo realizado em 2018 pela CIO e pela Computerworld do Reino Unido, intitulado de Workplace of the Future verificou que “um local de trabalho do futuro para profissionais da área de Tecnologia da Informação será definido tanto pela cultura, colaboração e flexibilidade como por tecnologias emergentes, como internet das coisas (IoT) e inteligência artificial”.
 
Para muitos pesquisadores, a inteligência artificial pode ser de grande importância para nos liberar de tarefas repetitivas e termos mais tempo e espaço para pensar de forma estratégica. As próximas gerações, aliás, desempenharão funções que ainda sequer existem.
 
Você ainda pode se perguntar: mas e os serviços braçais? Sim, eles também estão sendo gradativamente substituídos pelos robôs e outras máquinas. O learning machine, a robótica, a nanotecnologia, a genética e a biotecnologia serão cada vez mais integradas e com sistemas mais inteligentes. Lembrando que produzir e realizar a manutenção dessas tecnologias abrem novas áreas de trabalho.
 
Alguns empregos formais devem ser, sim, substituídos por serviços automatizados. Ao mesmo tempo, surgirão outros com foco na experiência humanizada. Cito como exemplo os call centers, que deverão contar cada vez mais com chatbots e robôs, permitindo assim que a mão de obra humana foque em um atendimento mais individual e personalizado ao cliente.
 
A tendência é que esse futuro tecnológico impulsione a remuneração por produtividade, ambientes de trabalho mais integrados, valorização de estruturas hierárquicas verticais para modelos horizontais e a liberdade para exercer múltiplas tarefas.  Novas ferramentas e ocupações surgirão, mas a inteligência, a capacidade de criação, inovação e planejamento continuam um privilégio do ser humano.
 
*Joelson Sell é sócio e fundador da Escriba. Diretor de negócios e expansão. Formado em Gestão Comercial pela UNOPAR.